É fácil perdoar?

Perdoar nunca é fácil. Implica em reconhecer admitir fraquezas e fragilidades, algo tão humano em nós e nos outros. Implica em encarar a situação e escolher seguir adiante, porque perdoar é do interesse de todos, já que o ressentimento, como já dissemos é uma forma de acorrentamento e perdoar corta o laço, libera, liberta, torna a vida mais leve. Não se pode construir algo novo sobre entulho. Precisamos limpar nosso coração para abrir espaço para bons sentimentos.

Perdoar é um processo

Perdoar não é um evento único, é processo. Um passo de cada vez. Pode vir depois de conversas dolorosas. Exige generosidade, empatia, resiliência. Ajuda saber que perdoar não precisa necessariamente significar o estabelecimento da relação anterior nem nutrir afeto. O importante é que a mágoa se dissolva e não haja mais credores nem devedores.
Perdoar deve ser a indicação de que aquela pessoa não nos afeta mais. Muda sentimento, muda a atitude e as pessoas irão perceber que você mudou!

Perdoar com o coração

Mas perdoar tem que vir do coração, não com uma postura arrogante de quem “vai dar mais uma chance”. É bom não esquecer que na oração do Pai Nosso pedimos a Deus “Perdoai as nossas ofensas como perdoamos a quem nos tem ofendido!”

E você pode tomar a iniciativa, procurar a pessoa e iniciar o processo, sem medo de parecer fraco, sem orgulho, pondo fim a um silêncio e a uma ausência sentida que pode durar anos ou, se você preferir o distanciamento, pode-se perdoar sem o contato, sem comunicação, num processo de reconstrução e crescimento.

Auto perdão

Uma outra dimensão do perdão é o auto perdão, a admissão da nossa fragilidade, falibilidade e da nossa capacidade de começar de novo. Expressões como “desperdicei meu tempo”, “se eu pudesse voltar atrás eu faria tudo diferente” além de não mudarem o que foi feito ou dito contribuem para o desenvolvimento de remorso, autopiedade, vergonha e inadequação.
Em relação ao passado é importante que seja visto como o caminho que nos trouxe até o agora. Fomos brilhantes e bobos. Extremamente generosos e ridiculamente egocêntricos. Tudo muito humano. Sempre aprendendo.

Reconciliação

É melhor que nos reconciliamos como diz Mario Sergio Cortella “Pessoas que vivem presas ao que aconteceu ou deixou de acontecer costumam ter um grande passado pela frente”. E precisamos ir além: Agir agora de forma a não nos arrepender no futuro.

Alvaro Loro – Psicólogo e Storyteller

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